Estratégia de Mobilização de Recursos e Advocacia

2016 – 2019


SIGLAS

AGUIBEF Associação Guineense para o Bem-Estar Familiar
ART Anti-Retrovirais
CSLS Célula Sectorial de Luta Contra SIDA
CMR Comissão de Mobilização de Recursos
FNUAP Fundo das Nações Unidas para Actividades de População
HIV/SIDA Vírus de Imuno-Deficiência Humana/Síndroma de Imuno-Deficiência Adquirida
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
IPPF Federação Internacional para o Planeamento Familiar
IST Infecções Sexualmente Transmissíveis
MAJ Movimento de Acção Jovem
ODM Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
ONG Organização Não-Governamental
PEN Planificação Nacional Estratégica
PNLS Plano Nacional de Luta contra SIDA
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PSI Population Services International
RENAP Rede Nacional de Pessoas Viventes com VIH/SIDA
SNLS Secretariado Nacional de Luta Contra SIDA
SSR Saúde Sexual e Reprodutiva
TIC Tecnologia de Informação e Comunicação
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância
UNIFEM Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento das Mulheres
   


1.         INTRODUÇÃO

A Associação Guineense para o Bem-Estar Familiar (AGUIBEF), após ter concluído, muito recentemente, uma iniciativa da sua reestruturação interna, tanto a nível dos Voluntários como do Staff, tem agora em curso um processo de relançamento e reforço das suas actividades a nível nacional, ao mesmo tempo que aspira cumprir todos os padrões da sua filiação à Federação Internacional para o Planeamento Familiar (IPPF), num processo de acreditação. Tudo isso implica mais meios humanos, materiais e financeiros – portanto mais recursos. Por outro lado, promove as suas acções num contexto de pouca previsibilidade e intensa concorrência em direcção a potenciais fontes de financiamento aparentemente já bastante saturadas.

A principal fonte de financiamento da AGUIBEF provém da IPPF, numa média de 73,64% nos últimos cinco anos, o que demonstra uma dependência excessiva de uma única fonte, impondo-se, por isso mesmo, a necessidade da sua diversificação a fim de poder melhor promover e salvaguardar a sua auto-sustentabilidade financeira.

É assim que a AGUIBEF optou pela adopção de uma Estratégia e Plano de Mobilização de Recursos, traduzidos neste documento de referência, que surge da sua experiência já adquirida enquanto Associação líder em Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR) na Guiné-Bissau, conhecedora dos desafios e do leque de necessidades ainda não satisfeitas nesse domínio, traduzidos no seu Plano Estratégico 2010 – 2014.

Enquanto instrumento de gestão previsional, o presente documento articula, nomeadamente, as vias de diversificação das fontes de financiamento da Associação, quais sejam:

  • Desenvolvimento de um Banco de Projectos em SSR inerentes ao Plano Estratégico 2010 – 2014;
  • Reforço da sua capacidade de gerar recursos internos à própria Associação;
  • Mobilização de recursos a nível de parceiros/doadores nacionais;
  • Adopção do Estatuto de Utilidade Pública;
  • Assinatura de convénios com o Governo para a execução de programas no quadro do Estatuto de Utilidade Pública;
  • Procura de financiamentos a nível de organizações internacionais e/ou agências de cooperação bilateral sedeadas ou com representação no país;
  • Disponibilização do seu programa e capacidade técnica para iniciativas de assistência técnica remunerada e/ou protocolos de prestação de serviços, nomeadamente a nível das autoridades regionais; e
  • Desenvolvimento da capacidade dos Voluntários e Staff da AGUIBEF em matéria de mobilização de recursos a todos os níveis.

Constitui entendimento da AGUIBEF que o importante é “fazer certas as coisas”, isto é, ser eficiente, em matéria de mobilização de recursos que permitirão à Associação “fazer as coisas certas”, isto é, ser eficaz, particularmente na implementação do seu Plano Estratégico. Assim, se essas oito vias identificadas forem percorridas correctamente e de forma persistente durante o horizonte deste plano, a Associação diminuirá para 40% o peso do financiamento da IPPF na sua base geral de financiamentos, e atingirá o patamar de posicionamento que constitui sua visão para o longo prazo, i.e. no horizonte de 2015.

Ao mesmo tempo, os Voluntários e Staff sabem que por mais bonito e bem elaborado que seja o plano, se não for bem implementado constituirá apenas uma miragem, ou seja, mais um documento na prateleira das boas intenções…

2.         ANTECEDENTES E ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA ACTUAL

A AGUIBEF foi proclamada por um grupo de Voluntários, reunidos em Assembleia Geral Constitutiva, no dia 07 de Julho de 1987, enquanto uma organização não-governamental nacional, sem fins lucrativos, com sede em Bissau, e com mandato no âmbito da promoção do bem-estar familiar, principalmente na vertente da SSR. A Associação foi registada e adquiriu personalidade jurídica por Despacho e Estatuto publicados no III Suplemento ao  Boletim Oficial (BO) nº 12, de 12 de Março de 2010.

24 (Vinte e quatro) anos após a sua criação, a AGUIBEF é hoje Membro Associado da IPPF, goza de muito prestígio e reconhecimento público enquanto ONG líder em SSR no país, tendo já investido mais de US $2.187.889,47 de dólares nessa área; opera 3 clínicas especializadas; tem actividades permanentes em 4 Regiões do país; e conta com a dedicação de 500 membros voluntários e 28 profissionais na sua equipa de pessoal.

A orientação estratégica actual da AGUIBEF, articulada no seu Plano Estratégico para o período 2016 – 2021, inspira-se no quadro estratégico da IPPF, aplicado no contexto da Guiné-Bissau, nos seguintes termos.

  • VISÃO

Uma sociedade Guineense em que cada criança seja desejada, que cada mulher goze de uma boa saúde materna e que tanto o homem, a mulher como os adolescentes e jovens gozem plenamente a sua vida sexual duma forma responsável e livre das IST-HIV/SIDA.

  • MISSÃO

Contribuir para a melhoria da SSR dos homens, mulheres, adolescentes e jovens através (i) da promoção da SSR particularmente junto dos jovens, tendo em conta a dimensão género; (ii) do fornecimento de serviços de qualidade em SSR; e (iii) do desenvolvimento de acções de advocacia com vista à instauração de direitos de igualdade entre homens e mulheres e maior engajamento das autoridades governamentais, líderes comunitários e financiadores.

  • VALORES

No âmbito da sua Missão, a AGUIBEF prima pela defesa e promoção de valores que considera essenciais, nomeadamente, a confidencialidade, a livre escolha, a ética e o profissionalismo, a qualidade de informações e serviços, a igualdade e equidade de género, a liderança e participação, e a transparência e prestação de contas.

  • OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS E EIXOS PRIORITÁRIOS DE ACÇÃO

No horizonte do seu actual Plano Estratégico (2010 – 2014), a AGUIBEF pretende elaborar, mobilizar financiamento e executar projectos inovadores na área de SSR visando atender as principais prioridades da sua família internacional – a IPPF – na Guiné-Bissau, ao mesmo tempo que procura consolidar a sua auto-sustentabilidade institucional, financeira e programática.

Para o efeito, a AGUIBEF objectiva a sua actuação nas seguintes seis áreas prioritárias:

  • Adolescentes e Jovens, procurando satisfazer as necessidades de informações e serviços em SSR desse segmento maior da população do país;
  • VIH/SIDA, formulando respostas inovadoras a esse grande desafio à saúde pública e que afecta, sobremaneira, a qualidade de vida de jovens, mulheres e homens em geral;
  • Aborto, promovendo acções de prevenção que sejam capazes de evitar o recurso a esse meio que tem ceifado a vida de tantas jovens e mulheres, quando praticado sem segurança clínica e de forma ilegal;
  • Acesso a informações e serviços de SSR e Bem-Estar Familiar, na linha dos resultados da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (Cairo, 1994);
  • Advocacia, sensibilizando, de entre outros, líderes de opinião, poder públicos a vários níveis, organizações parceiras, e a sua população-alvo, no sentido de um envolvimento cada vez mais intenso em questões de SSR para o benefício do desenvolvimento do país; e
  • Desenvolvimento Institucional, um eixo prioritário transversal que inclui iniciativas de auto-capacitação da Associação visando melhor responder aos legítimos anseios e expectativas dos jovens, mulheres e homens que tanto esperam da sua actuação. A presente Estratégia de Mobilização de Recursos enquadra-se nesse eixo transversal.

3.         PRINCIPAIS TENDÊNCIAS NO AMBIENTE ENVOLVENTE

A AGUIBEF exerce as suas acções num ambiente de fraca previsibilidade devido a conflitos político-militares no Estado, apesar de o país se ter enveredado pelo processo democrático, com eleições periódicas, há já bastante tempo. Não existe Lei-quadro das Associações e nem tão-pouco uma Lei de Interrupção Voluntária da Gravidez. Não obstante, os poderes públicos e a sociedade civil são sensíveis à SSR e travam um combate cerrado contra comportamentos, atitudes e práticas que constrangem a promoção da SSR e inibem a participação de adolescentes/jovens, mulheres e homens nas iniciativas da AGUIBEF.

  • TENDÊNCIAS POLÍTICAS

Os principais elementos de caracterização do ambiente político incluem:

  • Grande instabilidade, mudanças frequentes nas esferas do Poder Executivo, divisões internas e clima de disputa interna nos Partidos Políticos e tensões entre os Militares e o Governo;
  • O país ainda se ressente do conflito armado de 1998-1999, que foi reforçado pela crise política de 2003 e pelo assassinato, em 2009, do Presidente da República, do Chefe de Estado Maior das Forças Armadas e de Dirigentes Políticos;
  • Grande expectativa em relação a um Programa de Reforma do Sector de Defesa e Segurança do Estado, que poderá trazer mais tranquilidade às populações e à sociedade civil, no que diz respeito a mais engajamento em acções voluntárias de desenvolvimento;
  • As futuras Eleições Autárquicas são vistas como um passo importante no sentido da descentralização do Poder do Estado, do reforço da democracia local e da abertura de novos horizontes na prática de relacionamento entre o Estado e a Sociedade Civil, permitindo assim uma maior participação dos cidadãos nas esferas de decisão local, regional e nacional;
  • Quadro legal deficiente no que diz respeito à promoção da SSR, nomeadamente a ausência de uma Lei das Associações, uma Lei sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez, e uma Lei do Mecenato. Por outro lado, a existência de uma Política Nacional da Saúde dá cobertura e abre caminhos a iniciativas várias para a promoção da SSR;
  • Existência de um Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, com apoio do Fundo das Nações Unidas para Actividades de População (FNUAP) e de um Plano Nacional de Luta contra o SIDA (PNLS), ambos a nível Governamental; e
  • Leque de potenciais doadores internacionais relativamente estável, com sede em Bissau ou Dakar, mas todas com representações em Bissau;
  • TENDÊNCIAS ECONÓMICAS

Os principais elementos de caracterização do ambiente económico incluem:

  • País com um rendimento per capita de apenas US $238, uma economia centrada na agricultura (60% do PIB e 90% das exportações) e dominada pela rizicultura e plantação do cajueiro visando a exportação da castanha de caju;
  • Receitas do fisco insuficientes para o financiamento do Orçamento do Estado, o que revela dificuldades de obtenção de fundos públicos para a SSR;
  • Sector privado, que foi fortemente fragilizado pelo conflito político-militar de 1998-99, se ressente do ambiente de instabilidade e falta de previsibilidade no país;
  • Crise económica mundial com efeitos negativos nas perspectivas de mobilização de recursos particularmente a nível do sector privado;
  • Existência de bolsas de pobreza limitadoras de esforços de comparticipação nos custos de serviços; e
  • Dificuldades financeiras de jovens na aquisição de preservativos, assim como dificuldades de comparticipação da população em geral nos custos dos serviços de saúde, educação;
    • TENDÊNCIAS SOCIAIS

Os principais elementos de caracterização do ambiente social incluem:

  • A Guiné-Bissau posiciona-se no 172º lugar num total de 177 países no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), devido à persistência de indicadores sociais desfavoráveis, dos quais a esperança de vida à nascença de 45 anos; o nível de educação de base com taxa bruta de escolarização à volta de 75% para os rapazes, 46% para as raparigas e 24% nas áreas rurais;
  • Outras ONGs se propondo intervir na área da SSR, implicando uma maior concorrência para fontes similares de financiamento e utentes de informações e serviços;
  • Elevada taxa de desemprego, particularmente nos jovens, aliada à fuga de recursos humanos qualificados para a emigração;
  • Inclusão da Saúde no leque dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM);
  • Marginalização pela sociedade dos grupos mais vulneráveis, tais como as trabalhadoras do sexo, jovens não escolarizados ou desempregados, vendedoras ambulantes, migrantes, seropositivos, viúvas e órfãos de vítimas do SIDA;
  • Difícil acesso de homens portadores de IST aos serviços de saúde pública e difícil acesso aos Anti-Retrovirais (ART) de uma forma geral;
  • Quase ausência de serviços amigos dos meninos e jovens de rua, dos marginalizados, dos portadores do VIH/SIDA, dos órfãos e mães solteiras;
  • Falta de serviços descentralizados de actividades integradas de prevenção e redução do impacto do SIDA gratuitos para os mais vulneráveis ao VIH/SIDA;
  • TENDÊNCIAS CULTURAIS

Os principais elementos de caracterização do ambiente cultural incluem:

  • Existência de tabus, ritos e tradições relativos à sexualidade pertencendo a etnias e grupos diferentes;
  • Oposição cultural e religiosa para a discussão sobre SIDA e sexualidade;
  • Oposição de alguns meios familiares, religiosos e educativos à integração da educação sexual e da promoção do uso do preservativo no ensino escolar; e
  • Persistência da defesa, por parte de alguns grupos essencialmente masculinos, das tradições impondo as práticas de excisão, circuncisão em grupo e herança das viúvas pelos irmãos ou familiares do defunto.
  • TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS

Os principais elementos de caracterização do ambiente tecnológico incluem:

  • Disponibilização de novos medicamentos a custos mais acessíveis, nomeadamente anti-retrovirais;
  • Perspectivas ainda incertas para a descoberta de cura definitiva para o HIV/SIDA, apesar do grande esforço e foco de investigação nessa área; e
  • Introdução de novos métodos de Planeamento Familiar (e.g. preservativo feminino; “pílula do dia seguinte”; etc.) com o consequente alargamento do espectro do livre escolha;
  • FACTORES QUE PODEM INFLUENCIAR ESFORÇOS DA AGUIBEF

NA MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS

Tendências que podem favorecer o aumento da disponibilidade de recursos para a SSR:

  • Adopção, pelo Estado, de um documento de Planificação Nacional Estratégica 2007 – 2011 (PEN);
  • Criação, junto do Ministério da Saúde, de um Secretariado Nacional de Luta Contra SIDA (SNLS), com uma Célula Sectorial de Luta Contra SIDA (CSLS);
  • Mudança política nos Estados Unidos da América (e.g. Partido Democrata no Poder);
  • Crescimento da economia da Guiné-Bissau apesar do impacto negativo da crise mundial;
  • Inclusão da Saúde no leque dos ODMs e existência de um plano nacional de seguimento e avaliação;
  • Aumento do volume de recursos para a luta contra o SIDA, particularmente a nível do Fundo Global e adopção de uma legislação sobre SIDA no país;
  • Existência da Associação Nova Vida (Associação de Seropositivos);
  • Promoção da Rede Nacional de Pessoas Viventes com VIH/SIDA (RENAP);

Tendências que podem contribuir para a diminuição da disponibilidade de fundos para a SSR:

  • Aumento do número de ONGs se propondo intervir em SSR e HIV/SIDA e competindo para fontes similares de financiamento;
  • Relativo “cansaço” a nível da comunidade de doadores e parceiros tradicionais; e
  • Clima de instabilidade político-militar.
  • LEQUE DE PARCEIROS

A AGUIBEF, ao longo dos seus 24 anos de funcionamento, tem construído um leque de boas parcerias tanto com o Governo e outras ONGs no país, como com a Comunidade Internacional. Enquanto a IPPF tem sido o seu principal parceiro, o Plan Guiné-Bissau, a Secretariado Nacional de Luta Contra SIDA (STNLS), O Fundo das Nações Unidas para Actividades de População (FNUAP), a Saúde Família e o Fundo Global têm-se revelado parceiros cruciais nos esforços de diversificação de fontes de financiamento, como demonstra o Quadro 02.

As seguintes entidades/instituições apoiaram ou continuam a apoiar a AGUIBEF, particularmente no período de 2004 – 2010:

  • Voluntários da AGUIBEF;
  • Federação Internacional para o Planeamento Familiar (IPPF);
  • Governo da Guiné-Bissau;
  • Plan Guiné-Bissau;
  • Fundo das Nações Unidas para Actividades de População (FNUAP);
  • Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento das Mulheres (UNIFEM);
  • Saúde Família;
  • Secretariado Nacional de Luta Contra SIDA (SNLS); e
  • Fundo Global;

Por outro lado, a AGUIBEF tem sabido gerar fundos internamente, nomeadamente através da prestação de serviços clínicos.

A presente estratégia e plano de mobilização de recursos perspectiva um aumento do leque de parceiros da AGUIBEF a fim de reforçar o apoio às suas actividades.

  • ANÁLISE DAS FORÇAS, FRAQUEZAS, OPORTUNIDADES

E AMEAÇAS DA AGUIBEF

O Quadro 01 põe em evidência os esforços da AGUIBEF em matéria de mobilização de recursos, embora não tenha tido uma estratégia articulada em documento explícito como o presente. Daí decorre a certeza de que a AGUIBEF tem todas as condições para prosseguir o esforço de mobilização de recursos necessários à execução do seu Plano Estratégico, nomeadamente através do presente plano. Os sistemas de funcionamento da organização são transparentes, eficientes e respondem às necessidades e desafios decorrentes da visão e da missão da AGUIBEF, assim como das pré-condições normalmente exigidas pelos seus parceiros e doadores. Persiste, entretanto, o desafio da contínua diversificação das suas fontes de financiamento, devendo, para isso, contar com as seguintes forças, fraquezas, oportunidades e ameaças.

  • FORÇAS DA AGUIBEF
  • Corpo de Voluntários interessados, apoiados por uma equipa de Staff profissionalizada, pessoas-recurso disponíveis e uma forte rede de Jovens enquadrados no Movimento Acção Jovem (MAJ);
  • Filiação à Federação Internacional para o Planeamento Familiar (IPPF);
  • Preferência de Adolescentes e Jovens para informações e serviços prestados pela AGUIBEF;
  • Capacidade de prestar informações e serviços clínicos com qualidade nas principais Regiões do país;
  • Complementaridade com o sector público;
  • Estreita ligação e cooperação com os serviços de prevenção do VIH/SIDA;
  • Reconhecimento público da sua utilidade e capacidade de intervenção;
  • Flexibilidade de estratégias adoptadas e capacidade de incorporação de propostas e orientações dos parceiros;
  • Leque variado de parceiros devido à sua experiência e credibilidade junto de parceiros nacionais e internacionais;
  • Prática de preços sociais e competitivos; e
  • Horários flexíveis ao encontro das necessidades dos utentes.
  • FRAQUEZAS DA AGUIBEF
  • Auto-sustentabilidade institucional, programática e financeira ainda por atingir, apesar de esforços significativos nessa direcção;
  • Ausência de bases seguras e tranquilas para o financiamento contínuo dos seus programas e projectos;
  • Atrasos nas remessas de tranches de financiamento por parte dos organismos doadores, principalmente devido a dificuldades de observação do calendário de prestação de contas (e.g. envio de relatórios contratuais; fecho de contas; auditorias);
  • Insuficiência de quadros especializados na equipa de Staff;
  • Pouco envolvimento do rico leque de Voluntários de que dispõe;
  • OPORTUNIDADES PARA A AGUIBEF
  • Grande segmento da população coberta pelos serviços de Saúde Sexual e Reprodutiva, mas persistindo, ao mesmo tempo, muitas necessidades ainda não satisfeitas nesse domínio;
  • Existência de instituições que trabalham para a melhoria das condições sócio-económicas da mulher e da família;
  • Propensão e receptividade da sociedade para o debate e procura de consensos visando a mudança de valores, comportamentos, atitudes e práticas em SSR;
  • Existência de uma população jovem demograficamente importante;
  • Fidelização de utentes adolescentes e jovens;
  • Presença activa de várias Associações que são potenciais parceiras da AGUIBEF; e
  • Aumento do número de mulheres em idade reprodutiva implicando uma potencial procura de informações e serviços de SSR;
  • AMEAÇAS À AGUIBEF
  • Aumento do número de ONGs que se propõem intervir em SSR e a consequente pressão na procura de financiamentos a partir de fontes similares;
  • Maior rigor dos doadores na análise e aprovação de propostas de financiamento; e
  • Eventual mudança de perspectiva e atitude dos parceiros nacionais e internacionais em relação à SSR, devido a conflitos filosóficos ou limitação de recursos;
  • PARA ONDE QUER IR A AGUIBEF
  • Continuar a satisfazer necessidades não-satisfeitas em saúde sexual e reprodutiva no país, prosseguindo a sua visão, na linha da sua missão institucional;
  • Construir a sua auto-sustentabilidade institucional, programática e financeira;
  • Expandir a sua rede de Voluntários a todas as Regiões do país e, concomitantemente, estruturar as respectivas Antenas Regionais; e
  • Melhoria contínua da qualidade e leque de informações e serviços que presta aos adolescentes e jovens.
  • TENDÊNCIAS DE FINANCIAMENTO: 2005 – 2009

No período de 2004 – 2010, os financiamentos provenientes da IPPF representam 73,64% do financiamento total da AGUIBEF. O peso de financiamentos provenientes de outros doadores é de 17.43% para o mesmo período, sendo o remanescente, 8.93%, coberto por recursos gerados internamente, sobretudo através da prestação de serviços clínicos (vide Quadro 01).

Quadro 01: Fontes de Financiamento

  AnoIPPFOutros DoadoresOutros ProveitosTotal Anual
2004195,475.1771.16 %54,692.2019.91 %24,546.278.94 %274,713.64100%
2005161,922.0671.71 %41,133.2318.22 %22,738.5510.07 %225,793.84100%
2006170,709.9078.80 %20,318.019.38 %25,616.6411.82 %216,644.55100%
2007218,593.6756.14 %133,029.1434.16 %37,760.069.70 %389,382.87100%
2008233,199.7066.40 %89,301.0925.43 %28,716.928.18 %351,217.71100%
2009351,082.7786.43 %26,682.916.57 %28,447.307.00 %406,212.98100%
2010280,232.0086.51 %16,241.405.01 %27,450.488.47 %323,923.88100%
  TOTAL1,611,215.2773.64 %381,397.9817.43 %195,276.228.93 %2,187,889.47100%

Fontes:    Relatórios de Auditoria de 2004 a 2009; Previsão para 2010 com base no PBA/2010;

Conseguir mobilizar 26,36% de recursos a nível do país (i.e. outros doadores e serviços clínicos) foi possível graças ao grande esforço envidado pelos Voluntários e Staff da AGUIBEF em matéria da liderança de SSR no país, que transformou a Associação em interlocutor de primeira linha no domínio da saúde sexual e reprodutiva na Guiné-Bissau.

O peso maior nesse esforço de geração de receitas internas provém da prestação dos seguintes serviços: consultas, testes de gravidez e fichas de planeamento familiar. De constatar, entretanto, o não pagamento de quotas dos membros, que constitui uma grande preocupação da Associação sobretudo pela importância simbólica de que se reveste essa contribuição.

O Quadro 02 detalha as várias fontes de financiamento da AGUIBEF, revelando as âncoras para possíveis esforços de diversificação de parcerias e aumento de volumes de financiamento.

Quadro 02: Montantes Anuais de Financiamento: Proveitos

  ##    Fonte    Montantes Anuais de Financiamento: Proveitos  Total  
2004200520062007200820092010
   IPPF – FEDERAÇÃO INTERNACIONAL PARA O PLANEAMENTO FAMILIAR
1.Subvenção195,475.17148,971.00159,067.00172,700.00215,698.00348,427.17280,232.001,520,570.34
2.Restrito0.004,799.780.000.002,340.000.000.007,139.78
3.Aprovisionamento0.008,151.2811,642.9045,893.6715,161.700.000.0080,849.55
4.Equipamento0.000.000.000.000.002,655.600.002,655.60
  Sub-Total IPPF ……………195,475.17161,922.06170,709.90218,593.67233,199.70351,082.77280,232.001,611,215.27
  OUTROS DOADORES: PARCERIAS
1.Plan International54,370.0331,612.679,206.20107,369.0043,054.480.000.00245,612.38
2.FNUAP322.714,158.147,461.179,960.388,470.380.000.0030,372.78
3.UNIFEM0.0010.200.0012.510.000.000.0022.71
4.SAÚDE FAMÍLIA0.003,902.020.000.0016,859.245,555.560.0026,316.82
5.Ajustmto Conversão-0.541,450.200.000.000.000.000.001,449.66
6.SNLS0.000.003,650.6413,979.356,480.7115,291.6516,241.4055,643.75
7.Fundo Global0.000.000.001,707.9014,436.282,575.700.0018,719.88
8.Burkina Faso0.000.000.000.000.003,260.000.003,260.00
Outros Doadores …………54,692.2041,133.2320,318.01133,029.1489,301.0926,682.9116,241.40381,397.98
  OUTROS PROVEITOS: GERADOS INTERNAMENTE
1.Quotas0.000.000.000.000.000.000.000.00
2.Serviços Clínicos22,974.9122,738.5525,418.0629,833.1426,126.8928,447.3027,450.48182,989.33
3.Outras Receitas1,571.360.00198.587,926.922,590.030.000.0012,286.89
Outros Proveitos………….24,546.2722,738.5525,616.6437,760.0628,716.9228,447.3027,450.48195,276.22
  TOTAL GERAL….274,713.64225,793.84216,644.55389,382.87351,217.71406,212.98323,923.882,187,889.47

Fontes: Relatórios de Auditoria – (1) 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009; (2) 2010 – Projecções com base no PBA/2010;

  • ESTRATÉGIA DE MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS

A AGUIBEF entende a Mobilização de Recursos como o processo através do qual poderá adquirir os meios de que necessita para implementar o seu plano, programas e projectos durante um determinado período de tempo e, a termo, atingir os seus objectivos.

6.1.      OBJECTIVO GERAL

O objectivo geral da Estratégia de Mobilização de Recursos da AGUIBEF é aumentar e diversificar a sua base de recursos a fim de poder melhor cumprir a sua Missão estratégica.

6.2.      OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

  • Desenvolver um Banco de Projectos em SSR com base nos objectivos estratégicos definidos no Plano Estratégico;
  • Aumentar de 8,93% para 25% o peso de financiamentos gerados por fundos próprios, com recurso, principalmente, à prestação de serviços clínicos;
  • Aumentar o leque de Voluntários com quotas em dia de 0% para 75%, através de um esforço significativo a nível da regularização do pagamento das quotas de filiação;
  • Provocar um aumento de 10% no volume de financiamentos provenientes de parceiros/doadores nacionais, principalmente do sector privado;
  • Promover a assinatura de, pelo menos, 1 (um) contrato/programa com o Governo por ano, no quadro do Estatuto de Utilidade Pública;
  • Aumentar em 15% o volume de financiamentos provenientes de organizações internacionais e/ou agências de cooperação bilateral com representação no país (i.e. aumento dos actuais 17,43% para 33,43%);
  • Disponibilizar o seu programa e capacidade técnica para iniciativas de assistência técnica remunerada e/ou protocolos de prestação de serviços, nomeadamente a nível das Regiões Administrativas do país; e
  • Desenvolver a capacidade dos Voluntários e Staff da AGUIBEF em matéria de mobilização de recursos a todos os níveis.

7.         POLÍTICA DE MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS

Os esforços de mobilização de recursos exigem o desenvolvimento de relações com várias organizações, empresas e indivíduos que podem não necessariamente comungar os mesmos princípios, valores e interesses que a AGUIBEF. Por isso, é indispensável definir e estabelecer, à partida, uma Política de Mobilização de Recursos nos seguintes termos orientadores da acção dos Voluntários e Staff da Associação nesse domínio.

7.1.      VALORES

Nos seus esforços de mobilização de recursos, a AGUIBEF comunga dos seguintes valores:

  • Transparência e sentido de prestação de contas;
  • Boas práticas de direcção e gestão organizacionais; e
  • Integridade e profissionalismo.

7.2.      FONTES DE FINANCIAMENTO

Fontes Aceitáveis: a AGUIBEF deixar-se-á envolver em acções de mobilização de recursos que sejam custo-efectivos, incluindo iniciativas comerciais e/ou empresariais que não ponham em causa a essência da sua missão institucional. Nesse contexto, as fontes aceitáveis de recursos incluem:

  • Sector Público (e.g. Órgãos de Soberania, Departamentos Governamentais, Institutos Públicos, Governos Regionais);
  • Organismos doadores bilaterais (e.g. Secção de Cooperação de Embaixadas – Self Help dos Estados Unidos da América; Lux Devéloppement – Cooperação Luxemburguesa; Cooperação Portuguesa; Cooperação Francesa; Cooperação Espanhola; GTZ/Cooperação Alemã; Cooperação Austríaca; etc.);
  • Organismos doadores multilaterais (e.g. Sistema das Nações Unidas – FNUAP, Fundo Global, UNICEF, PNUD, etc.; Banco Mundial);
  • Receitas provenientes da comparticipação nos custos dos serviços clínicos prestados nas Clínicas da Associação;
  • Fundações e/ou instituições de responsabilidade social de empresas nacionais e/ou estrangeiras (e.g. Bill and Melinda Gates Foundation; Hewllet Packard Foundation; McArthur Foundtion; etc.);
  • Indivíduos com carácter, idoneidade e reputação conhecidos publicamente;

Fontes Inaceitáveis: as seguintes fontes de financiamento são inaceitáveis, a não ser que os Órgãos Dirigentes da AGUIBEF (i.e. Conselho Directivo) estejam convencidos que não irão comprometer ou por em causa a reputação, imagem, valores e integridade da Associação ou dos seus programas:

  • Produtores de bebidas alcoólicas;
  • Fabricantes de Cigarros e demais produtos derivados do Tabaco;
  • Organizações ou indivíduos incriminados ou acusados de corrupção ou violação dos Direitos Humanos;
  • Organizações acusadas de evasão fiscal, lavagem de capital, tráfico de drogas ou de pessoas humanas, prostituição; e
  • Indivíduos com má reputação e carácter (e.g. traficantes de droga).

Em caso de possibilidade de obtenção de financiamento proveniente dessas fontes, a necessária autorização terá que ser solicitada ao Conselho Directivo.

7.3.      ACTOS DE CORRUPÇÃO E PAGAMENTO DE LUVAS

A AGUIBEF, ao mesmo tempo que não promove e nem incentiva, também não condena o pagamento de luvas, atribuição de gratificações ou outras formas de corrupção nos seus esforços de mobilização de recursos para o financiamento dos seus programas e projectos em benefício da comunidade.

7.4.      RECURSO A TERCEIROS NA MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS

De uma forma geral e por opção, a AGUIBEF recorre-se aos seus Voluntários e Staff nos esforços de mobilização de recursos. Todavia, certas circunstâncias podem aconselhar a utilização de especialistas fora da Associação. Essas circunstâncias podem ser decorrentes de situações onde as capacidades necessárias não se encontram disponíveis internamente ou os Voluntários e Staff estejam sobrecarregados por outras exigências da Associação.

Em caso de utilização de terceiros, devem ser observadas as seguintes orientações de política:

Recurso a Consultores: quando os benefícios são evidentes, a AGUIBEF deve recorrer a consultores para a mobilização de recursos em nome da Associação. Esses consultores devem ser devidamente compensados nos termos da política da Associação nessa matéria, i.e. no âmbito das políticas de contratação e remuneração de consultores.

Pagamento de Honorários e Gratificações: os terceiros utilizados nos esforços de mobilização de recursos devem ser remunerados (i.e. honorários ou gratificações) em montantes previamente negociados e acordados. Os termos acordados devem ser resumidos a escrito e devidamente assinados por ambas as partes envolvidas.

Colaboração com outras organizações na mobilização de recursos: a AGUIBEF deixar-se-á envolver em parcerias para a mobilização de recursos desde que sejam benéficas para as partes envolvidas. Em caso de concursos, i.e. onde há concorrência, os seguintes aspectos devem ser clarificados previamente:

  • Papel e responsabilidade de cada parte;
  • Partilha de fundos;
  • Obrigações das partes;
  • Riscos potenciais;
  • Utilização do nome e perfil da organização; e
  • Acesso aos recursos e instalações da organização.

7.5.      DESIGNAÇÃO DE UMA COMISSÃO DE MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS

Uma Comissão de Mobilização de Recursos (CMR) será designada pelo Conselho Directivo para dirigir e coordenar os esforços de mobilização de recursos a nível da AGUIBEF. Essa Comissão trabalhará sob a supervisão do Conselho Directivo, devendo o seu papel ser definido por este órgão de direcção.

A CMR integrará Voluntários, Staff Sénior e parceiros principais da Associação e reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por trimestre, com base nos seguintes Termos de Referência:

  • Acompanhar a execução da Estratégia de Mobilização de Recursos e a respectiva política.
  • Supervisionar a execução do Plano de Mobilização de Recursos constante do Capítulo 8 deste documento;
  • Identificar oportunidades de financiamento tanto a nível interno à AGUIBEF, como a nível do país e na Comunidade Internacional; e
  • Contribuir para o desenvolvimento de Planos de Trabalho Anuais para a Mobilização de Recursos.

7.6.      UTILIZAÇÃO DE FUNDOS DE ORGANISMOS DOADORES

Enquanto orientação política, os recursos de organismos doadores só devem ser utilizados para os fins que justificaram a sua atribuição à AGUIBEF. Qualquer destino diferente terá que ser devidamente autorizado pelo Director Executivo, na estrita observância dos termos do acordo de subvenção.

7.7.      ESTRATÉGIAS ORGANIZACIONAIS RELACIONADAS

Estratégia de Comunicação: a AGUIBEF adoptará uma estratégia de comunicação que promoverá a imagem que se quer da Associação. Essa estratégia dará ênfase a “marca desejada” que a AGUIBEF pretende fazer passar.

Estratégia de utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC): a AGUIBEF adoptará uma estratégia de utilização das TICs que encorajará a utilização das vias sempre mais actualizadas nessa matéria para o benefício dos seus programas e projectos.

Estratégia de Marketing: a AGUIBEF adoptará ainda, a seu devido tempo, uma estratégia de Marketing que posicionará, de forma efectiva, a sua identidade organizacional e as informações e serviços que presta à comunidade.

  • PLANO DE MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS
    • OBJECTIVO 01: Desenvolver um Banco de Projectos em SSR com base nos objectivos definidos no Plano Estratégico 2010 – 2014;
  Resultados Esperados  Principais Estratégias/Acções  Metas  Indicadores de Desempenho  Responsável
  Todos os eixos prioritários de acção da AGUIBEF para o período 2010 – 2014 traduzidos em Fichas de Projectos para utilização enquanto instrumentos de mobilização de recursos (e.g. esforços de Advocacia; negociação com parceiros de financiamento; elaboração de Documentos de Projectos; etc.);  Criação de uma Equipa de Elaboração de Projectos, integrando Voluntários, membros do Staff e eventuais colaboradores/consultores;  N/A    Acto e data da criação da Equipa de Elaboração de Projectos;  Conselho Directivo;        
  Elaboração de um conjunto de Fichas de Projectos, por eixo prioritário de acção constante do Plano Estratégico 2010 – 2015;    Fichas para todos os eixos;                Número de eixos prioritários de acção detalhados em Fichas de Projectos; e   Quantidade e qualidade de Fichas de Projecto elaborados;  Director de Programas (coordenação);
  Linha de financiamento transversal do Plano Estratégico 2010 – 2014, proveniente da IPPF;  Montantes anuais da Cifra Indicativa de Planificação da IPPPF, incluindo uma previsão de incremento anual: –    2010 à CFA 153.403.871,56; –    2011 à CFA 157.000.000,00; –    2012 à CFA 160.000.000,00; –    2013 à CFA 163.000.000,00; –    2014 à CFA 165.000.000,00; –    2015 à CFA 167.000.000,00;  
  • OBJECTIVO 02: Aumentar de 8,93% para 25% o peso de financiamentos gerados por fundos próprios, com recurso, principalmente, à prestação de serviços clínicos;
  Resultados Esperados  Principais Estratégias/Acções  Metas  Indicadores de Desempenho  Responsável
  Actividades da AGUIBEF financiadas a 25% por fundos próprios;              Acompanhamento, coordenação e supervisão dos serviços clínicos prestados pela AGUIBEF nas Clínicas;   –    Alargamento e reforço da qualidade de serviços nas Clínicas;   –    Abertura de novas Clínicas, na perspectiva de auto-financiamento, principalmente nos centros urbanos com grande procura de serviços;   –    Elaboração/actualização e fidelização de uma carteira de “Médicos Amigos das Clínicas da AGUIBEF”;      Montantes arrecadados anualmente nas Clínicas não inferior a CFA 15.000.000 a partir do Ano 03 do Plano (2013): –    2010 à CFA 12.500.000; –    2011 à CFA 13.500.000; –    2012 à CFA 14.500.000; –    2013 à CFA 15.000.000; –    2014 à CFA 15.000.000; –    2015 à CFA 15.000.000;  De uma média de CFA 12.000.000/ano em 2010 para CFA 15.000.000 a partir do Ano 03 do Plano e até 2015;  Coordenador nacional dos serviços clínicos e Responsáveis de cada Clínica da AGUIBEF;


  • OBJECTIVO 03: Aumentar para 75% o nível de regularização do pagamento das quotas de filiação dos Voluntários;
  Resultados Esperados  Principais Estratégias/Acções  Metas  Indicadores de Desempenho  Responsável
  Um mínimo de 75% de Voluntários da AGUIBEF com as quotas em dia;    1.     Actualização do Ficheiro de Voluntários da AGUIBEF;    Até Outubro de 2011: 100% de Fichas actualizadas, incluindo baixas que se revelarem necessárias (e.g. morte);  Percentagem (%) de Voluntários com fichas actualizadas;  Conselho Directivo;
  2.     Criação de uma Comissão Estatutária para o acompanha-mento do pagamento das quotas mensalmente;  Até Abril de 2011:Decisão do Conselho Directivo;
  3.     Recrutamento de novos Voluntários (também para a instalação de Antenas/ /Delegações Regionais);  Instalação de .. Delegações Regionais até 2015;Número de Voluntários com quotas em dia; Número de Voluntários sem quotas regularizadas;
  4.     Solicitação aos Voluntários para concederem contribuições financeiras pessoais sempre que possível,  Uma carteira de pelo menos 30 Voluntários que concedem contribuições financeiras individuais;Volume de contribuições pessoais concedidas;
  5.     Lançamento de uma iniciativa de solidariedade “Amigos da AGUIBEF”, permitindo desenvolver uma carteira de apoiantes financeiros pessoais e regulares;  Uma carteira de 50 amigos que concedem contribuições financeiras pessoais;Carteira de “Amigos da AGUIBEF”;  
  6.     Contribuições das Jóias, Quotas e Redes de Amigos da AGUIBEF;–    2010 à CFA   500.000; –    2011 à CFA   750.000; –    2012 à CFA 1.000.000; –    2013 à CFA 1.500.000; –    2014 à CFA 2.000.000; –    2015 à CFA 2.500.000;  Montantes Mensais Arrecadados;
  • OBJECTIVO 04: Provocar um aumento de 10% no volume de financiamentos provenientes de parceiros/doadores nacionais, principalmente do sector privado;
  Resultados Esperados  Principais Estratégias/Acções  Metas  Indicadores de Desempenho  Responsável
  Volume de recursos provenientes de parceiros nacionais/sector privado com aumento de, no mínimo, 10% do financiamento total da AGUIBEF ate 2015;                1.   Lançamento da iniciativa “SSR Baseada em Locais de Trabalho”, principalmente Empresas seleccionadas (i.e. com significativa força de trabalho);  Volume de recursos provenientes de parcerias nacionais: –    2010 à CFA 00.0; –    2011 à CFA 2.000.000; –    2012 à CFA 3.000.000; –    2013 à CFA 4.000.000; –    2014 à CFA 5.000.000; –    2015 à CFA 6.000.000;      Volume de recursos provenientes de parceiros nacionais/sector privado apreciado trimestralmente;  Director de Programas;
  2.   Estabelecimento de parcerias com Empresas para a prestação/venda de serviços de SSR;
  3.   Parcerias de SSR com outras ONGs nacionais;
  4.   Aumento da visibilidade e da publicidade da AGUIBEF junto de Empresas;
  5.   Interacção com Executivos empresariais;


  • OBJECTIVO 05: Promover a assinatura de, pelo menos, 1 (um) contrato/programa com o Governo (Central ou Regional) por ano, no quadro do Estatuto de Utilidade Pública;
  Resultados Esperados  Principais Estratégias/Acções  Metas  Indicadores de Desempenho  Responsável
  Contratos/Programa assinados com o Sector Público Governamental e executados;  Iniciativa de abordagem a organizações públicas para estabelecimento de contratos/programa: exemplos: –    SNLS/Fundo Global; –    Ministério da Saúde; –    Ministério da Agricultura; –    Ministério da Educação; –    Ministério das Finanças;  Montantes anuais de recursos provenientes de contratos/ programa: –    2010 à CFA  7.000.000; –    2011 à CFA  8.000.000; –    2012 à CFA  9.000.000; –    2013 à CFA 10.000.000; –    2014 à CFA 11.000.000; –    2015 à CFA 12.000.000;    Pelo menos 1 (um) contrato/programa assinado anualmente;  Director de Programas;
  Contratos/programa em montantes crescentes anualmente;


  • OBJECTIVO 06: Aumentar em 15% o volume de financiamentos provenientes de organizações internacionais e/ou agências de cooperação bilateral com representação no país;
  Resultados Esperados  Principais Estratégias/Acções  Metas  Indicadores de Desempenho  Responsável
  Recursos financeiros provenientes de organizações internacionais e/ou agências de cooperação bilateral com, pelo menos, 15% de aumento até 2015;  Criação e actualização periódica do Site da AGUIBEF;  Montantes anuais de recursos provenientes de organizações internacionais: –    2010 à CFA  7.500.000; –    2011 à CFA 10.000.000; –    2012 à CFA 12.500.000; –    2013 à CFA 15.000.000; –    2014 à CFA 20.000.000. –    2015 à CFA 25.000.000;     Agências de Cooperação a contactar: –    Sistema das Nações Unidas (PNUD, FNUAP, OMS, UNICEF, UNIFEM, UNOSIDA/Fundo Global, etc); –    Plan International; –    União Europeia; –    Médicos do Mundo; –    SUIAID; –    DANIDA; –    JICA; –    Lux Dévéloppement; –    Embaixadas de Países Amigos (EUA, Portugal, Canadá, etc);    Cronograma de actualização do site e operacionalidade desse instrumento de comunicação;  Director Executivo;
  Identificação e designação de um Embaixador de Boa Vontade;  Celeridade na identificação e designação do Embaixador de Boa Vontade;  Conselho Directivo;
  Actualização da lista de doadores tradicionais da AGUIBEF (tanto para os actuais como para os potenciais doadores);  Celeridade na identificação e designação de doadores tradicionais – lista de doadores actualizada periodicamente;  Director de Programas;
  4.     Aumento de acções de interacção com os actuais e potenciais doadores (e.g. recepções comemorativas; mensagens de felicitações por ocasião de efemérides dos doadores; etc);  Frequência de acções de interacção (cumprimento do cronograma anual de acções);        Director de Programas;
  5.     Desenvolvimento de acções direccionadas aos parceiros tradicionais (e.g. Sistema das Nações Unidas – FNUAP, UNICEF, OMS);  Sessões de trabalho bilaterais;  Director Executivo e Director de Programas;
  • OBJECTIVO 07: Disponibilizar o programa e capacidade técnica da AGUIBEF para iniciativas de assistência técnica remunerada e/ou protocolos de prestação de serviços, nomeadamente a nível do Poder Local;
  Resultados Esperados  Principais Estratégias/Acções  Metas  Indicadores de Desempenho  Responsável
  Convénios de parceria assinados com Câmaras Municipais e Governos Regionais das áreas de jurisdição de Delegações Regionais da AGUIBEF;    Cedência de espaços e pessoal para o funcionamento de Unidades de prestação de Serviços Clínicos;    Montantes anuais de recursos provenientes de convénios com Câmaras Municipais: –    2010 à CFA  5.000.000; –    2011 à CFA  6.000.000; –    2012 à CFA  7.000.000; –    2013 à CFA 10.000.000; –    2014 à CFA 12.000.000; –    2015 à CFA 15.000.000;          Delegações Regionais com Unidades de CINSAÚDE instaladas em parceria com as respectivas Câmaras Municipais;  Director de Programas;
  Financiamento de acções de formação em SSR;    Número e qualidade de acções de formação realizada em parceria;  
  Desenvolvimento de acções nas comunidades em parceria com o Poder Local;    Número de acções com base comunitária realizadas em parceria com o Poder Local;  
  Postos Móveis de SSR;    Unidades móveis disponibilizadas pelas Câmaras Municipais;  
  • OBJECTIVO 08: Desenvolver a capacidade dos Voluntários e Staff da AGUIBEF em matéria de mobilização de recursos a todos os níveis;
  Resultados Esperados  Principais Estratégias/Acções  Metas  Indicadores de Desempenho  Responsável
  Voluntários e Staff suficientemente capacitados para se engajarem em acções de apoio aos esforços da AGUIBEF em matéria de mobilização de recursos;      Desenvolvimento de uma capacidade interna para a mobilização de recursos;  Principais líderes da AGUIBEF devidamente capacitados em mobilização de recursos até 2015;    Número e qualidade de acções de formação em mobilização de recursos;  Director Executivo;
  2.     Atenção aos “overhead costs” (custos de gestão) nos projectos financiados por doadores;  Projectos com provisão orçamental para custos de gestão;
  3.     Desenvolvimento, pelos Voluntários e Staff, de brochuras e materiais audiovisuais de divulgação das actividades da AGUIBEF;  Quantidade e qualidade de suportes visuais concebidos e desenvolvidos para a mobilização de recursos;
  4.     Recurso às novas Tecnologias de Informação e Comunicação para a mobilização de recursos (e.g. SMS, E-mails, Sites de solidariedade);  Frequência na utilização das TICs na mobilização de recursos;
  5.     Capacidade interna de elaboração, execução e supervisão de Planos de Mobilização de Recursos;  Qualidade e engajamento da Comissão de Mobilização de Recursos;
  • Resumo das Metas Anuais de Mobilização de Recursos
   Objectivos201020112012201320142015
  1.Desenvolver um Banco de Projectos em SSR: IPPF153,403,871.56157,000,000.00160,000,000.00163,000,000.00165,000,000.00167,000,000.00
  2.Financiamentos por Fundos Próprios12,500,000.0013,500,000.0014,500,000.0015,000,000.0015,000,000.0015,000,000.00
  3.Jóias e Quotas de Filiação e Redes de Amigos da AGUIBEF500,000.00750,000.001,000,000.001,500,000.002,000,000.002,500,000.00
  4.Financiamentos de Parceiros Nacionais/Sector Privado0.002,000,000.003,000,000.004,000,000.005,000,000.006,000,000.00
  5.Estatuto de Utilidade Pública: Contratos/Programa com Sector Público7,000,000.008,000,000.009,000,000.0010,000,000.0011,000,000.0012,000,000.00
  6.Financiamentos de Organizações Internacionais e Agências Bilaterais7,500,000.0010,000,000.0012,500,000.0015,000,000.0020,000,000.0025,000,000.00
  7.Assistência Técnica da AGUIBEF a Terceiros5,000,000.006,000,000.007,000,000.0010,000,000.0012,000,000.0015,000,000.00
  8.Desenvolvimento da Capacidade Interna de Mobilização de Recursos0.000.000.000.000.000.00
         TOTAL em CFA185,905,881.56197,252,011.00207,002,012.00218,502,013.00230,002,014.00242,502,015.00
  Taxa de Câmbio: US $1.00 = CFA 450.00450.00450.00450.00450.00450.00450.00
  TOTAL em US$413,124.18438,337.80460,004.47485,560.03511,115.59538,893.37

9.         ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

O Plano de Mobilização de Recursos deverá ser revisto e actualizado semestralmente, a fim de integrar quaisquer alterações que possam influenciar a sua execução. O acompanhamento será com base no conjunto de indicadores de desempenho mencionados no Plano de Mobilização de Recursos.

Serão utilizados os seguintes indicadores de desempenho:

  • Mudanças percentuais em volumes de financiamento gerados no país e a partir da Comunidade Internacional;
  • Mudança no leque de doadores (e.g. aumento do número de doadores);
  • Mudanças percentuais no volume de fundos gerados internamente à AGUIBEF, através da prestação de informações e serviços clínicos, contratos de assistência técnica, consultorias, etc.

O acompanhamento e supervisão levarão ainda em conta:

(1)        O número de propostas de financiamento elaboradas e submetidas aos doadores;

(2)        A proporção de actividades de mobilização de recursos levados a cabo vs. previstas no plano.

10.       CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nunca é demais sublinhar e realçar a importância de uma Estratégia de Mobilização de Recursos para uma organização sem fins lucrativos, como é o caso da AGUIBEF. Sendo a estratégia, em si mesma, importante, mais importante ainda é o desenvolvimento de uma cultura organizacional virada para a mobilização de recursos e que permita o envolvimento do rico leque de Voluntários e Staff da Associação na sua execução.

Sendo uma estratégia, é evidente que inclua a necessária flexibilidade, na medida em que leva em conta valores e metas de referências mínimas, reservando à capacidade de iniciativa dos Voluntários e Staff o desafio da sua realização, ultrapassando, se possível, as bitolas estabelecidas. Se for esse o caso, ganharia a população-alvo da AGUIBEF, ganharia a Comunidade em geral, e ganharia o país.

Enquadrando-se a presente estratégia no quadro dos esforços da AGUIBEF para a sua acreditação junto da IPPF, ela representa, entretanto, muito mais do que isso, sendo um instrumento de gestão previsional facilitador da plena realização da missão institucional da AGUIBEF.

Assim, o Conselho Directivo lança um veemente apelo a todos para se envolverem, vestindo a camisola, na implementação desta Estratégia de Mobilização de Recursos.

Aprovado pelo Conselho Directivo do dia 22/02/2020                            Acta Nº 01/20

A Presidente Conselho Directivo Nacional: _________________________

A Directora Executiva: _________________________________________

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